O Estresse, a Perda e Paretto

Acabei de passar por um sujeito agredindo uma vendor machine. Eu não precisei perguntar nem ouvir ele dizer uma palavra, apenas via raiva e frustração estampadas no seu rosto e corpo. E acredite, ele estava transtornado empurando violentamente a máquina com fúria. E não foi uma ou duas vezes. Ele até saiu da frente da máquina, possivelmente para reclamar para alguém, e depois voltou e continuou com sua luta. Era visível o constrangimento de todos ao redor.

O motivo da inusitada cena: um chocolate de R$2.

Esse é um mal cada vez mais presente e que só leva as pessoas a cada vez mais estresse e conflitos que geram toda uma bola de neve que sabemos (ou não) como pode acabar mal. Mas por quê?

Procurei respostas em livros de comportamento e até no budismo. Mas foi no livro "Previsivelmente Irracionais" de Dan Ariely que veio a resposta:

As pessoas não admitem perder!

Este medo da perda nos acompanha a vida toda e se exarceba em alguns momentos quando somos capazes de "partir para a briga" com uma máquina de doces! Mas isso nos faz muitas vezes tomar decisões erradas ou, muito pior, não tomar uma decisão por medo!

Frequentemente pessoas ficam surpresas e até indignadas quando deixo passar um erro num pedido de refeição ou uma diferença no caixa do supermercado. Ás vezes sou taxado de passivo e conformado. Na verdade eu sigo uma filosofia diferente do padrão.

Eu me importo com o que realmente importa.

Se você quer uma vida com menos estresse você deve evitá-lo e não esperar que nada lhe aconteça. Vivendo de outra maneira você será a frustração em pessoa. Admitir que perder faz parte da vida e seguir em frente é o melhor que se tem a fazer. Ou você acha que é possível que todos os times ganhem o campeonato?

Certamente o tempo que eu perco e o estresse que eu ganho, não compensam os R$2 que perdi com o preço errado no supermercado ou comer purê ao invés de arroz no almoço.

Note que em momento algum digo que você deve se conformar. Conformidade é o nosso maior mal, pois nos deixamos ser manipulados e seguimos o rebanho. Mas você deve se preocupar com o que realmente se importa. Se meu prato viesse com camarão eu certamente iria reclamar, pois sou alérgico. Ou se a diferença fosse de R$30 eu não deixaria passar em branco.

Paretto era um gênio. Ele estabeleceu uma lei que diz que 20% do esforço gera 80% dos resultados. Simples. Pergunte-se: o que é realmente importante para você? O que realmente faz a diferença? Essas são as perguntas que lhe ajudarão a viver uma vida com menos estresse. Mantenha o foco e as preocupações no que realmente importa para você! Deixe os outros 80% em segundo plano.

Pois eu duvido duramente que ao final da vida aquele sujeito vá se recordar: "ah, aquele maldito chocolate que aquela máquina roubou de mim..."

Lost 5ª Temporada - Season Finale

COM ÓBVIOS SPOILERS PARA QUEM AINDA NÃO VIU O EPISÓDIO!

E Lost conseguiu denovo!

Mais um episódio desconcertante de fim de temporada. Desconcertante não porque teremos que esperar 9 meses para saber o que acontece a partir daqui, mas por que em pouco menos de 90 minutos toda a percepção que tínhamos da história até aqui parece ter mudado completamente.

Apesar de não apresentar respostas claras (novamente!), esse episódio nos mostrou que o que acontece nos "bastidores" da ilha é muito mais grandioso do que um bando de maltrapilhos liderados por um sujeito que não envelhece. Muitos insistiam que a ilha era o personagem principal de Lost, mas um dos produtores e roteiristas da séria disse que a ilha é a mera localização onde a história se passa. Quando eu li fiquei decepcionado pois parecia que não teríamos uma explicação sobre a entidade "ilha". Mas hoje essa declaração começa a fazer completo sentido.

Por mais incrível que pareça só fomos apresentados aos protagonistas da história no 102º episódio da série! O curto diálogo travado por Jacob e seu algoz no início tem muito mais a dizer do que todo o resto do episódio. Eu revi o aquela cena umas 5 vezes na primeira vez. Eu simplesmente senti que aquelas poucas palavras eram importantes. E realmente eram.

O grande conflito parece ser uma luta do bem contra o mal ou Deus (Jacob, por que não) e o Diabo (o "ressucitado" Locke). A ilha parece ser o QG de Deus na terra e por isso tantos tenham tendado de todas as formas tomar aquele lugar. Inclusive a prórpia Dharma ter se instalado lá para "mudar o mundo" segundo Radzinsky.

Por outro lado, por que tantas referências ao egípicos? Por que a estádua da deusa da fertilidade na ilha? O que é o tal monstro da fumaça? Já que Jacob é uma espécie de Deus, como ele pode ser morto por Ben? QUEM SÂO "ELES" QUE ESTÂO CHEGANDO?!?!

Com todos esses questionamentos a questão de viagens no tempo, Dharma, etc, paracem ficar em segundo plano. Ou seja: a série conseguiu mudar soberbamente de direção ao aproximar-se de seu final, sem perder sua essência.

O que acho fenomenal nesta série, e ao mesmo tempo é o motivo porque tantos a odeiam: o mistério vai ficando maior a cada episódio e nunca menor. Parece agora que estamos mais próximos de uma explicação, mas longe de encaixar todas essas peças. Impressiona a habilidade da história em nos desafiar mais e mais e nós fazer questionar ao invés de sentarmos como sacos de batata na frente de uma TV (ou monitor) e receber algo pronto!

Que série incrível!

Outros pontos que acho importante comentar:

- Esse foi um episódio de atuações marcantes por todos. Mas especialmente Michael Emmerson por fazer um frágil e atordoado Ben. Incrível que em alguns momentos até senti pena do desgraçado. Quando ele disse "eu menti, isso é o que eu faço" foi de cortar o coração! A bela Elizabeth Mitchel estava soberba e a cena da "despedia"(vamos dizer assim) de Juliet e Sawyer (Josh Holloway também ótimo) foi uma das mais intensas de toda a série!

- Ver Jack e Sawyer brigando foi algo que muitos desejavam, mas foi doloroso de assistir.

- Algumas "viradas" foram inusitadas mas inverossímeis. Como foi fácil voltar com aquele submarino! E como Juliet mudou de idéia tão rápido por um motivo tão fútil (apesar do flashback tentar justificar). E também como todos acabaram comprando aquela idéia idiota de explodir tudo e mudar o futuro. Miles foi muito sábio em dizer: "será que ao invés de evitar eles não estarão causando tudo o que acontece no futuro?" eu aposto que sim.

- É grande a possibilidade de Rose e Bernard tornarem-se Adão e Eva na caverna, não acham?

- Achei perfeita a escalação do ator para viver Jacob. Ponto.

- Quem são Ilana e seu grupo? Qual a relação deles com Jacob e o "outro"?

- Aquela bomba explodiu ou tivemos apenas uma desgarga eletromagnética

Faz apenas 12 horas que assisti ao episódio. Muito ainda tenho para digerir e ler em outros blogs sobre interpretações, teorias e informações adicionais. Por isso gosto de Lost. Ela não acaba com aquele PAM e logo da série na tela. Muito mais vem depois.









E serão longos meses de espera!

Eu voltarei!

Nossa, a poeira está tomando conta daqui! Mas voltarei em breve. Aguardem....


Ou não... :-P

Olha a faca!!! (ou "tchau vesícula biliar")


Eu preciso fazer uma cirurgia para corrigir meu septo nasal! Eu preciso mas não faço.

A primeira vez que soube que precisaria fazer a tal cirurgia foi há mais de 10 anos. Na época tinha acertado com o médico e tudo mais, porém o plano de saúde se recusou a autorizar, pois era um problema "pré-existente". Então o assunto ficou de molho por uns anos até que conheci outra médica e já com outro plano de saúde decidi novamente fazer a cirurgia. Desta vez quem desistiu foi a médica, aos 44 minutos do segundo tempo.

Depois disso, nasceu o Bernardo e a prioridade passou a ser sempre ele. Nos últimos tempos estava considerando novamente em realizar a cirurgia, mas sempre postergava, principalmente por preguiça.

Mas no final do ano passado, depois de consultar um gastroenterologista e realizar entre outros exames uma ecografia abdominal, veio o diagnóstico de um cálculo na vesícula biliar. Apesar de nenhuma gravidade o caso explicava alguns sintomas que sentia (como uma sensação de estufamento depois das refeições). Devido à relativa simplicidade do procedimento e da possibilidade de fazê-lo coberto pelo plano de saúde, a decisão foi tomada: vou pra faca!

Hoje em dia essa cirurgia é feita com apenas 4 pequenas incisões de pouco mais de 1cm no abdomem - no passado era feito um corte em L de aproximadamente 30 centímetros - e todo o procedimento é por video-laparoscopia, o que diminui muito os riscos. A cirurgia em si dura de 40 minutos a uma hora e a internação é de um dia.

Depois de mais alguns exames, acertos de agenda do médico e do meu trabalho estava marcada para 9 de dezembro de 2009 às 07:30 da manhã. Minha primeira cirurgia com anestesia geral. Orgulho? Não, MEDO!

Mas o tal dia chegou e eu estava aparentemente tranquilo, apesar de que me lembro de ficar na sala do pré-operatório me comportando de forma bem tensa. O que acho normal, já que enfrentava o desconhecido. Já deitado na sala de cirurgia o anestesista me disse: "Vou aplicar a anestesia e você talvez sinta um desconforto, mas logo você vai dormir e não vai lembrar de nada. Vai tudo ficar bem. Boa noite." Um sujeito que realmente sabe reconfortar uma pessoa tensa, sem ironia. Me lembro de pensar "o que será que acontece quando a gente apaga?"

Fechei os olhos e logo em seguida ouvia alguém falar comigo: "Olá, tudo bem? Como está te sentindo?". Já era a enfermeira na recuperação. Eu ainda estava bem grogue, falava arrastado e me sentia meio dormente. Disse que estava bem, mas sentia um pouco de dor no ombro direito. Recebi uma dose de Buscopam pra aliviar a dor e dormi um pouco.

E então até o dia seguinte foram sonecas, comer gelatina, tomar água (dieta líquida nas primeiras 24 hrs) e uma dificuldade para achar uma boa posição para dormir por causa dos pontos e dos curativos. Recebi alta e fui pra casa. Nos primeiros dias uma certa dificuldade para movimentar-se e caminhar, melhorando gradativamente. Ao final de uma semana conseguia fazer atividades leves e não tinha problemas para caminhar. Ao final de duas semanas estava 98% recuperado. Aproveitei para tirar alguns dias de férias para garantir que voltaria 100% em janeiro.

E aqui estou eu, vivo e bem! Sobrevivi.

Agora tenho que começar a pensar naquele desvio do septo. Recentemente minha atual otorrino também me abandonou - na verdade ela vai dedicar-se apenas a cirurgias pediátricas a partir de agora - mas me indicou outro médico especialista no assunto.

Dois mil e nove está aí e agora vi que fazer uma cirurgia não é um bicho-de-sete-cabeças. :-)

Voltando?


Noooossa! Não posto neste blog há mais de 3 meses.

Que abandono!!! :-P

Vou providenciar atualizações.

Aguardemmmmm! :oD
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