Olha a faca!!! (ou "tchau vesícula biliar")


Eu preciso fazer uma cirurgia para corrigir meu septo nasal! Eu preciso mas não faço.

A primeira vez que soube que precisaria fazer a tal cirurgia foi há mais de 10 anos. Na época tinha acertado com o médico e tudo mais, porém o plano de saúde se recusou a autorizar, pois era um problema "pré-existente". Então o assunto ficou de molho por uns anos até que conheci outra médica e já com outro plano de saúde decidi novamente fazer a cirurgia. Desta vez quem desistiu foi a médica, aos 44 minutos do segundo tempo.

Depois disso, nasceu o Bernardo e a prioridade passou a ser sempre ele. Nos últimos tempos estava considerando novamente em realizar a cirurgia, mas sempre postergava, principalmente por preguiça.

Mas no final do ano passado, depois de consultar um gastroenterologista e realizar entre outros exames uma ecografia abdominal, veio o diagnóstico de um cálculo na vesícula biliar. Apesar de nenhuma gravidade o caso explicava alguns sintomas que sentia (como uma sensação de estufamento depois das refeições). Devido à relativa simplicidade do procedimento e da possibilidade de fazê-lo coberto pelo plano de saúde, a decisão foi tomada: vou pra faca!

Hoje em dia essa cirurgia é feita com apenas 4 pequenas incisões de pouco mais de 1cm no abdomem - no passado era feito um corte em L de aproximadamente 30 centímetros - e todo o procedimento é por video-laparoscopia, o que diminui muito os riscos. A cirurgia em si dura de 40 minutos a uma hora e a internação é de um dia.

Depois de mais alguns exames, acertos de agenda do médico e do meu trabalho estava marcada para 9 de dezembro de 2009 às 07:30 da manhã. Minha primeira cirurgia com anestesia geral. Orgulho? Não, MEDO!

Mas o tal dia chegou e eu estava aparentemente tranquilo, apesar de que me lembro de ficar na sala do pré-operatório me comportando de forma bem tensa. O que acho normal, já que enfrentava o desconhecido. Já deitado na sala de cirurgia o anestesista me disse: "Vou aplicar a anestesia e você talvez sinta um desconforto, mas logo você vai dormir e não vai lembrar de nada. Vai tudo ficar bem. Boa noite." Um sujeito que realmente sabe reconfortar uma pessoa tensa, sem ironia. Me lembro de pensar "o que será que acontece quando a gente apaga?"

Fechei os olhos e logo em seguida ouvia alguém falar comigo: "Olá, tudo bem? Como está te sentindo?". Já era a enfermeira na recuperação. Eu ainda estava bem grogue, falava arrastado e me sentia meio dormente. Disse que estava bem, mas sentia um pouco de dor no ombro direito. Recebi uma dose de Buscopam pra aliviar a dor e dormi um pouco.

E então até o dia seguinte foram sonecas, comer gelatina, tomar água (dieta líquida nas primeiras 24 hrs) e uma dificuldade para achar uma boa posição para dormir por causa dos pontos e dos curativos. Recebi alta e fui pra casa. Nos primeiros dias uma certa dificuldade para movimentar-se e caminhar, melhorando gradativamente. Ao final de uma semana conseguia fazer atividades leves e não tinha problemas para caminhar. Ao final de duas semanas estava 98% recuperado. Aproveitei para tirar alguns dias de férias para garantir que voltaria 100% em janeiro.

E aqui estou eu, vivo e bem! Sobrevivi.

Agora tenho que começar a pensar naquele desvio do septo. Recentemente minha atual otorrino também me abandonou - na verdade ela vai dedicar-se apenas a cirurgias pediátricas a partir de agora - mas me indicou outro médico especialista no assunto.

Dois mil e nove está aí e agora vi que fazer uma cirurgia não é um bicho-de-sete-cabeças. :-)

Voltando?


Noooossa! Não posto neste blog há mais de 3 meses.

Que abandono!!! :-P

Vou providenciar atualizações.

Aguardemmmmm! :oD
BlogBlogs.Com.Br